quinta-feira, dezembro 08, 2005

Exactamente um ano depois



O primeiro curso de iniciação teatral do Instituto Camões/Centro Cultural Português da Praia entra na sua fase derradeira, com a produção do espectáculo Vinte e quatro horas na vida de um morto.

O texto é de Mário Lúcio Sousa, autor também de Salon, peça encenada pelo Grupo de Teatro do CCP/ICA do Mindelo, em 2002.

Desta feita, Vinte e quatro horas… gira em torno das tradições fúnebres da ilha de Santiago. Mas não se trata de uma história triste, com cenas de choro, ou então de uma caricatura da morte. Nada disso. “É condição desta peça que não haja uma única cena de choro”, adverte o autor.

Tudo começa quando um pai de família morre. Antes de começar a chorar, a família procede ao inventário de dos bens de que dispõe, para custear o enterro, à limpeza da casa, ao enlutamento e à leitura do testamento. É neste ponto que começa a confusão: o defunto pede a viúva em casamento.

Ao longo da peça, escrita em crioulo e português, as peripécias em torno de tão inusitado pedido são, na verdade, uma exposição dos rituais fúnebres da ilha de Santiago. Um texto leve e engraçado, que promete um espectáculo hilariante.

Esta semana, os alunos do curso de teatro na Praia regressaram ao trabalho, após um mês e meio de férias. Até o dia 23, estarão ocupados com a leitura do texto, de modo a construir o espectáculo, que estreia a 2 de Fevereiro, no Auditório do CCP/ICA, na Achada Sto. António.

Este curso, que começou a 2 de Fevereiro de 2005, termina exactamente um ano depois, com a encenação deste espectáculo. Recorde-se que os formandos apresentaram, em Julho, a peça 24 ponto 1, em torno da violência urbana, sob a orientação de João Paulo Brito, actor e professor de Expressão Dramática. E em Setembro, os pupilos de Brito encenaram, de forma autônoma, quatro peças curtas, a partir de textos de autores cabo-verdianos.

1 Comments:

Anonymous Anónimo fla ma...

Aí está uma boa notícia!
Que se reinvente o Teatro a partir desta, e das muitas outras formações que se sucederão... a bem do Teatro (tout court!)
Muita merda!
E que o Teatro em Cabo Verde continue sempre a acontecer... cada vez com mais e melhor Público!!!
Tchá

6:06 da tarde  

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