quarta-feira, novembro 16, 2005

Nho Quixote

Um palco, cenário a branco e preto. Branco é infinito. Preto, a sombra/alter. No centro de tudo, um tatame de 1,20 m x 2 m, feito de pedra do vulcão do Fogo. Esta estrutura é volátil: ora é estrada, ora é instrumento musical, mas no início é o sexo de onde nascerá Don Quixote das Ilhas.

É a versão crioula da obra-prima da literatura espanhola, escrita em 1602 por Miguel de Cervantes y Saavedra, com o título original de O Engenhoso Fidalgo Don Quixote de La Mancha. O livro que, em 2002, críticos de todo o mundo, reunidos em Madrid, elegeram como a melhor obra de ficção de todos os tempos.

Don Quixote é um louco. O fidalgo, inspirado nos romances da cavalaria, resolve imitar os seus heróis e partir numa aventura suicida, para pregar os valores da paz, amor e justiça. E viaja por terras da Mancha, de Aragão e de Catalunha, montado em seu cavalo Rocinante e acompanhado de seu fiel escudeiro Sancho Pança.

Na versão crioula, Don Quixote é um ilhéu que gosta de vento. “Quando o vento soprava de um lado Quixote ficava magro, magro, magro. E do engenhoso fidalgo descenderam muitos meninos eternamente magros no tempo e no espaço. Quando o vento soprava do outro lado Quixote se convertia em Sancho Panza, e parecia gordo, mas não o era, estava apenas prenhe de outros tantos meninos gordos no espaço e magro no tempo”, escreve Mário Lúcio......LER MAIS
Desde 27/11/2004