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A Companhia de Dança Raiz di Polon completa hoje 13 anos de vida. Neste dia, o seu corpo de bailarinos estará concentrado nos ensaios da peça Ruínas, que a companhia levará para Níger, palco da quinta edição dos Jogos da Francofonia, de 7 a 17 de Dezembro. Ou seja, o bolo de aniversário será H2O e a canção de parabéns, a trilha sonora da peça, construída por Mário Lúcio e Sara Tavares. O espaço da festa é a Kaza Padja, no Parque 5 de Julho. Tomara que a brufa que cai neste momento não estrague a festa, porque todos os anos, quando a água desce do céu, cai na cabeça dos bailarinos…
13 anos de estrada, um percurso construído com muito suor. Em primeiro lugar, a transição do tradicional para o contemporâneo, na segunda metade da década de noventa. A internacionalização. Ao mesmo tempo, o desafio a que se propuseram, de construir uma dança cabo-verdiana de raiz: baseada no corpo&movimento do homem e da mulher das ilhas, coisa moldada pelo clima, orografia e formação cultural.
E agora, a Escola de Dança Raiz di Polon. Num espaço exíguo, no Platô, ensaiam cada vez mais alunos, inspirados nos bailarinos da companhia. O valor: espalham conhecimento, formam uma nova geração de bailarinos e coreógrafos. O desafio: onde começa e termina o grupo de dança, quais as suas fronteiras em relação à escola? A pergunta cabe, uma vez que praticamente todos os alunos aspiram entrar para a Companhia, quando se calhar era mais interessante ver nascer novos projectos.
Por outro lado, a própria companhia parece se fundir com a escola, que se desdobra em apresentações praticamente todas as semanas. É um facto novo: o Raiz di Polon é muito solicitado actualmente, depois de passar vários anos voltado para digressões internacionais. A escola e os seus alunos talentosos são o factor da mudança.
Voltando à companhia…depois de Ruínas, Mano Preto parece agora mais interessada em projectos com poucos performers em palco. Veja-se o caso de Duas Sem Três, com Beti Fernandes e Rosy Timas, e agora Dom Quixote das Ilhas, um dueto de Mano com Mário Lúcio, em fase de criação.
Estas são reflexões soltas, matéria para uma entrevista com Mano Preto, à tarde, para a TCV. De resto, falta escrever que em 13 anos, os Raiz di Polon produziram bastante, mas na sua bio oficial, só constam as peças ditas contemporâneas (porque esta é uma discussão permanente): seis ao todo, nomeadamente Até ao fim ('97), Petu ('99), CV Matrix 25 ('00), Konquista ('01), Duas sem Três ('02) e Ruínas ('03).
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