Um disco para Mayra

2006 é o ano de lançamento do primeiro disco de Mayra Andrade. Aliás, o facto de ainda não ter gravado é, para alguns, “um verdadeiro crime”, conforme escreveu o jornal Le Courrier International.

Mayra entrará no estúdio de gravação ainda este ano, para gravar um disco que traduza o seu percurso – desde a menineza, em que escutava a música popular brasileira, passando pela sua estreia nos palcos cabo-verdianos, ainda adolescente, até o estágio actual, com a residência fixada em Paris, a estudar música e a actuar nos palcos da Europa.

A jovem cantora, que este ano assinou um contrato com a Sony BMG, pretende compor um álbum de música cabo-verdiana, mas numa abordagem bem pessoal. “Eu improviso, brinco com a melodia, trago instrumentos diferentes em matéria de percussão. É um álbum cabo-verdiano, mas numa perspectiva minha”, justifica Mayra.

E as canções? “São músicas que já fazem parte de meu repertório. A escolha das músicas é como a selecção das melhores telas para uma exposição”. São temas próprios e de outros compositores, mas Mayra não desfaz o mistério, até porque ainda não se decidiu. Mas o certo é que a cantora deverá expressar sua paixão pela tradição musical de Santiago, prenhe de compositores inspirados, tais como Orlando Pantera, Zénriki, Ano Nobo, Princezito, Mário Lúcio, entre outros.

O disco será o coroar de cinco anos felizes para a Senhorita Andrade. Com apenas 20 anos, pode-se orgulhar de já ter um currículo invejável. Em 2001, ganhou uma medalha de ouro nos Jogos da Francofonia e uma bolsa de estudos para frequentar aulas de canto no Etudiaux des Varietés, uma escola privada dirigida a profissionais de música. Há três anos a viver em Paris, Mayra Andrade já gravou com Chico Buarque de Holanda e Charles Aznavour, dois grandes nomes da música ocidental. E ainda teve a oportunidade de cantar com um dos seus ídolos: Caetano Veloso. Para completar, assinou um contrato com a Sony BMG e cumpre em 2005, uma agenda com mais de 30 concertos na Europa, Estados Unidos e Cabo Verde.