A nossa Compadecida
Fotus di João Barbosa
Do nordeste brasileiro para o txon sec pa fronta de Cabo Verde. O Auto da Compadecida, um clássico da dramaturgia brasileira, chegou enfim a um palco cabo-verdiano. A adaptação do texto de Ariano Suassuna, ou kriolizaçao como prefere o encenador João Branco, é muito mais do que uma tradução. É emprestar-lhe alma cabo-verdiana, a forma de estar e ser deste povo. O resultado é a identificação do público com as personagens, a história ou mesmo com o cenário.
Em O Auto da Compadecida, há paralelismos inevitáveis, entre o nordeste e o arquipélago nosso. O clima, a migraçao, a miséria humana, os malabarismos para sobreviver, a religiosidade… Quantos João Grilos e Chicós não há em Sto. Antao, Fogo, Santiago ou Mindelo, em todas as ilhas?
Sem fugir muito ao texto original, embora a versão crioula seja mais curta, a trupe mindelense conseguiu um texto bem humorado, cabo-verdiano por demais, bilingue quanto baste. E acompanhado por mais de sessenta deixas musicais, essencialmente de música cabo-verdiana.
Além do texto, muitos dos aplausos vão para a cenografia, os adereços e os figurinos. As roupas foram concebidos por Elisabete Gonçalves, em parceria com Bento Oliveira, que criou os adereços, como no caso da Compadecida: Beti desenhou o vestido, Bento a árvore que ornamenta a veste da Santa e a coroa. O cenário e os adereços são assinados por Bento, um jovem artesão de Ribeira Grande, que utiliza material local para conceber a sua obra.
A surpresa da noite foi o nome escolhido para interpretar um Jesus Cristo à moda da casa: o músico Mário Lúcio. Parafraseando sua personagem: “sabia que isso iria despertar muitos comentários”. O músico teve até oportunidade de soltar a voz, por uns segundos, no caso um clássico de Djavan: só eu sei o que naquela noite eu passei…
Aliás, esta 36ª produção do GTCCPM/ICA tem a particularidade de incluir um músico conceituado e um jovem artesão, ainda um ilustre desconhecido. Outro detalhe e o facto do elenco incluir actores forjados em sete cursos de iniciação teatral do Centro Cultural Português do Mindelo.
Do nordeste brasileiro para o txon sec pa fronta de Cabo Verde. O Auto da Compadecida, um clássico da dramaturgia brasileira, chegou enfim a um palco cabo-verdiano. A adaptação do texto de Ariano Suassuna, ou kriolizaçao como prefere o encenador João Branco, é muito mais do que uma tradução. É emprestar-lhe alma cabo-verdiana, a forma de estar e ser deste povo. O resultado é a identificação do público com as personagens, a história ou mesmo com o cenário.
Em O Auto da Compadecida, há paralelismos inevitáveis, entre o nordeste e o arquipélago nosso. O clima, a migraçao, a miséria humana, os malabarismos para sobreviver, a religiosidade… Quantos João Grilos e Chicós não há em Sto. Antao, Fogo, Santiago ou Mindelo, em todas as ilhas?
Sem fugir muito ao texto original, embora a versão crioula seja mais curta, a trupe mindelense conseguiu um texto bem humorado, cabo-verdiano por demais, bilingue quanto baste. E acompanhado por mais de sessenta deixas musicais, essencialmente de música cabo-verdiana.
Além do texto, muitos dos aplausos vão para a cenografia, os adereços e os figurinos. As roupas foram concebidos por Elisabete Gonçalves, em parceria com Bento Oliveira, que criou os adereços, como no caso da Compadecida: Beti desenhou o vestido, Bento a árvore que ornamenta a veste da Santa e a coroa. O cenário e os adereços são assinados por Bento, um jovem artesão de Ribeira Grande, que utiliza material local para conceber a sua obra.
A surpresa da noite foi o nome escolhido para interpretar um Jesus Cristo à moda da casa: o músico Mário Lúcio. Parafraseando sua personagem: “sabia que isso iria despertar muitos comentários”. O músico teve até oportunidade de soltar a voz, por uns segundos, no caso um clássico de Djavan: só eu sei o que naquela noite eu passei…
Aliás, esta 36ª produção do GTCCPM/ICA tem a particularidade de incluir um músico conceituado e um jovem artesão, ainda um ilustre desconhecido. Outro detalhe e o facto do elenco incluir actores forjados em sete cursos de iniciação teatral do Centro Cultural Português do Mindelo.
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