Nhó San Filipe. Festa bedjo!

“Bandeira – Festa mais importante em toda a ilha pelo dispêndio e duração. Consta de um ou mais pilões, canizade, baile, jantar de gala (pantagruélico em abundância, suculência e número de pratos), véspera com TE-DEUM e cavalhadas”. Pedro Cardoso

As festividades da Bandeira de Nhó San Filipe, na ilha do Fogo, prometem ser especiais. A inauguração, a 25 de Abril, da Casa das Bandeiras, pelo Primeiro-Ministro, marca o arranque de uma das festas tradicionais mais concorridas de Cabo Verde. Francisco Assis Macedo Barbosa e Ana Maria Monteiro Barbosa são os festeiros. A eles cabe a garantia de uma festa farta e de acordo com os rituais, que atravessaram o século XX.

No dia 27, quarta-feira, dá-se início ao tradicional Pilon, com duração de três dias. Grupos de mulheres, tamboreiros e coladeiras acompanham, com cânticos e colexa, a preparação do milho para o tradicional xerén ku bode. Na véspera de 1 de Maio, procede-se à matança dos animais, logo pela manhã, e à tarde os cavaleiros reúnem-se na Casa das Bandeiras. É um momento importante da festa, quando os festeiros entregam a Bandeira de São Filipe ao cavaleiro mais antigo, que conduzirá o cortejo, animado por tamboreiros e coladeiras, até ao Alto de S. Pedro. A primeira corrida da tarde será cumprida por todos os cavaleiros, antes da cerimónia religiosa, na Igreja Matriz, seguida de uma nova corrida, com a Bandeira, no Alto de S. Pedro.

A noite da véspera de S. Filipe é muito movimentada. Na Igreja, enfeita-se o altar de S. Filipe e no adro, as luminárias animam a noite. Na primeira hora do dia de Nho San Filipe, fogos de artifício avisam à cidade que o seu patrono reina. Depois da Alvorada, com foguetes e tambores, S. Filipe acorda para o auge da festa, com corridas de cavalo, missa, procissão, almoço e a tomada da Bandeira pelos novos festeiros.