domingo, abril 03, 2005

Manuel Figueira mostra 'Visões do Infinito'

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O pintor cabo-verdiano Manuel Figueira inaugura hoje, em Lisboa, uma exposição retrospectiva da sua carreira, na Perve Galeria. Um conjunto de 126 trabalhos de desenho e pintura, ou "Visões do Infinito", colectânea que traduz a carreira iniciada em 1963, durante o curso de Belas Artes, em Portugal. A exposição, patente até 7 de Maio, marca o retorno deste pintor a Lisboa, onde se formou.

Assumindo-se como um "cronista das coisas simples", é na rua que Manuel Figueira procura o material que plasticamente recria na tela. Deambula sempre com um caderninho à mão, para registar as pequenas ocorrências do quotidiano que lhe captam a atenção. Poderá ser uma conversa que escuta da varanda do seu atelier na Rua da Praia, voltada para a Baía do Porto Grande do Mindelo, o desabafo de um rapaz que feriu o pé ao jogar futebol na praia da Laginha, a figura de um passageiro de viagem ou extraída dos corsos carnavalescos, ou as histórias fantásticas que a memória resgata da infância.

Manuel Figueira foi o primeiro cabo-verdiano a ingressar num curso artístico, em 1960. Durante 10 anos, e até 1975, lecciona desenho numa escola preparatória de Lisboa. Regressado ao país, com a sua mulher - a também pintora portuguesa Luísa Queirós - e outros amantes das artes, funda a cooperativa Resistência, que começa por revitalizar a tecelagem tradicional cabo-verdiana. A cooperativa foi o embrião do Centro Nacional de Artesanato, fundado em 1977. E hoje, Manuel Figueira, Luísa Queirós e Bela Duarte desenvolvem um trabalho de catalogação e preservação do espólio do Museu, encerrado em 1997, e cuja reabertura tem sido reivindicada pelos artesãos mindelenses.

Com a Lusa
Desde 27/11/2004