A dor do menino do campo
Fotu: Cv Music World
“O Menino do Campo” é o segundo livro de Viriato Gonçalves, escritor cabo-verdiano radicado nos Estados Unidos. Um livro de crónicas do quotidiano de gente esmagada por um sistema de opressão, segregação e abandono, nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava. É assim que o autor liberta os seus “fantasmas”, acumulados ao longo dos 33 anos em que viveu sob o regime colonial. “Eu sei o que é opressão. Fui rejeitado na escola da minha cidade. Vivi tudo o que minha família teve de suportar. Perdi minha irmã porque um médico recusou-se a atendê-la. Minhas irmãs não foram à escola porque meu pai não tinha dinheiro para mandá-las para Praia. Vivi com gente a morrer de fome, doença e desespero. Eu disse adeus aos contratados para S. Tomé”, conta Viriato Gonçalves, em entrevista ao CV Music World.
O título não foi escolhido à toa. Há muitos anos, o autor foi rejeitado numa escola. O motivo foi cuspido com arrogância: “não aceitamos os meninos do campo”. O autor diz que a frase ecoou em seu coração ao longo de muitos anos. Mas o menino cresceu e fez-se escritor. 50 anos depois, consegue finalmente deixar a dor sair, através da palavra. “Tinha tantos sentimentos conflituosos, raiva e desespero a ferver aqui dentro que eu tinha de digerir e deixar sair. Levei cerca de três anos a transcrever estes sentimentos no papel”.
Mas Viriato Gonçalves diz que o livro não é feito apenas de sofrimento. “Há alegria também, como a discrição da vida no campo, as brincadeiras de criança, a solidariedade entre as pessoas, a maneira como se conquista uma menina no interior de Santiago”, acrescenta o autor. Viriato Gonçalves, natural da ilha do Fogo, tem um Master Degree em Educação pela Universidade de Boston. Em 1987, publicou “Grito”, uma colectânea de poemas, inspirados na dor e no sofrimento do povo cabo-verdiano.
Infelizmente, o livro "O Menino do Campo" não se encontra à venda, ainda, em Cabo Verde. Mas se quiser contactar o autor: vgoncal886@aol.com.
Com CVMusic World
“O Menino do Campo” é o segundo livro de Viriato Gonçalves, escritor cabo-verdiano radicado nos Estados Unidos. Um livro de crónicas do quotidiano de gente esmagada por um sistema de opressão, segregação e abandono, nas ilhas de Santiago, Fogo e Brava. É assim que o autor liberta os seus “fantasmas”, acumulados ao longo dos 33 anos em que viveu sob o regime colonial. “Eu sei o que é opressão. Fui rejeitado na escola da minha cidade. Vivi tudo o que minha família teve de suportar. Perdi minha irmã porque um médico recusou-se a atendê-la. Minhas irmãs não foram à escola porque meu pai não tinha dinheiro para mandá-las para Praia. Vivi com gente a morrer de fome, doença e desespero. Eu disse adeus aos contratados para S. Tomé”, conta Viriato Gonçalves, em entrevista ao CV Music World.
O título não foi escolhido à toa. Há muitos anos, o autor foi rejeitado numa escola. O motivo foi cuspido com arrogância: “não aceitamos os meninos do campo”. O autor diz que a frase ecoou em seu coração ao longo de muitos anos. Mas o menino cresceu e fez-se escritor. 50 anos depois, consegue finalmente deixar a dor sair, através da palavra. “Tinha tantos sentimentos conflituosos, raiva e desespero a ferver aqui dentro que eu tinha de digerir e deixar sair. Levei cerca de três anos a transcrever estes sentimentos no papel”.
Mas Viriato Gonçalves diz que o livro não é feito apenas de sofrimento. “Há alegria também, como a discrição da vida no campo, as brincadeiras de criança, a solidariedade entre as pessoas, a maneira como se conquista uma menina no interior de Santiago”, acrescenta o autor. Viriato Gonçalves, natural da ilha do Fogo, tem um Master Degree em Educação pela Universidade de Boston. Em 1987, publicou “Grito”, uma colectânea de poemas, inspirados na dor e no sofrimento do povo cabo-verdiano.
Infelizmente, o livro "O Menino do Campo" não se encontra à venda, ainda, em Cabo Verde. Mas se quiser contactar o autor: vgoncal886@aol.com.
Com CVMusic World
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