sexta-feira, dezembro 17, 2004

Nu Argui pa nu bem monda!


Depois do disco “ARGUI”, Tcheka Andrade sugere “Nu ben monda”. O segundo disco do compositor de Ribeira da Barca foi gravado em Paris e deverá ser lançado em Abril. Na casa de Tcheka, na Várzea, Lantuna escutou os temas do master, em primeira mão. O músico de Ribeira da Barca ensaia na cozinha. Quando surgem os primeiros acordes de “Strada Piku”, ele pega na viola e acompanha…

Nha nomi staba na papel/Ki staba/Bé!/Pa Nhu pega pa Nhu rinkan el/ Nha nomi staba na papel/ki staba/Bé!/Nhu Kapataz/Mi n sai di kasa palmanhan/Pa n bá pa strada/Nhas fidjus/Djudjun natural/Dexa n marra panu na barriga pa n ka dismamanta…

Fiz esta música por causa da minha mãe, que sofreu muito nas FAIMO (Frentes de Alta Intensidade de Mão-de-Obra). Ela trabalhou na estrada de Picos e sofria muito com os desmandos do capataz”.

Nu ben monda” é um disco 100 por cento acústico e com 12 temas. Mas que monda é essa? “O disco sugere que façamos na música o mesmo que numa plantação. Vamos tirar as ervas daninhas da música cabo-verdiana para ficar com o que é genuíno. Porque nós temos muitos géneros para trabalhar”.
Mas o que dizer da fusão, que é o tempero da música de Tcheka? Mas ele responde que a fusão não mascara a música cabo-verdiana. “A música é universal. Eu tenho muitas influências na minha música, ritmos afro e blues, mas não tenho referências precisas. Eu incorporo ritmos diferentes e quando componho, simplesmente manifestam-se”.

Neste novo disco, o batuque é, uma vez mais, o ritmo de eleição. Mas há novidades: “Nu bem Monda” também abre espaço à morna, coladeira, mazurka e talulu, ritmo da ilha do Fogo. Os temas são executados em instrumentos construídos em Cabo Verde, como a viola de 10 cordas.
Desde 27/11/2004