segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Uma exposição, um aprendiz e uma questão

Zelito expõe no Palácio da Cultura Ildo Lobo

Não se considera um artista plástico, mas sim um aprendiz ávido de conhecimento. Mário Barbosa, ou Zelito, tem uma exposição de pintura patente no Palácio da Cultura IL até 4 de Março. Encontrei-o no Sofia Ciber Palácio e, entre um café e outro, entabulamos uma conversa em torno do seu percurso artístico. E compreendi que Amândio Oliveira, artista plástico, tem razão: Zelito é um artista modesto e aberto às críticas. E mais: sente falta de um ambiente de intercâmbio artístico, que não encontra na Cidade de S. Filipe e nem na Praia. A ausência de uma crítica de arte é gritante - espera-se que com o funcionamento da Escola Internacional de Artes do Mindelo, as coisas mudem de figura. Sem intercâmbio, sem crítica de arte, como debater a estética e a qualidade das artes plásticas cabo-verdianas?

Zelito assume as influências do cubismo e surrealismo e vai traçando o seu caminho por instinto, através dos livros e de alguns contactos com artistas mais experientes. Há cerca de um ano, teve de abandonar o seu atelier no Sobrado “Nho Agnelo”, no Alto de S. Pedro, que está em obras para se transformar num hotel escola. Zelito pinta em casa, ora no quarto, ora no corredor. Até quando resistirá?

Desde 27/11/2004