Imargens pode sair de Cabo Verde?
Não está a correr bem a primeira edição do Imargens, festival de vídeo e cinema dos países lusófonos. A organização do certame está insatisfeita com os parceiros cabo-verdianos, nomeadamente o Ministério da Cultura, a Câmara Municipal da Praia e a Televisão de Cabo Verde.Luís Correia, da LX Filmes, organizadora do festival, entrevistado pela Agência Lusa, expõe as críticas àquelas entidades, pela "falta de engajamento", apesar do interesse manifestado no projecto. É o estalar do verniz.
Segundo a Lusa, a falta de público e desorganização estão a marcar, pela negativa, a primeiro edição do Imargens, que decorre na Praia até o dia 11. Luís Correia aponta o dedo ao desinteresse institucional dos co-promotores cabo-verdianos e à falta de preparação do público para uma iniciativa deste género.
Em todas as sessões, regista-se a presença de poucas dezenas de espectadores, num auditório com cerca de 500 lugares. E no dia da abertura, caíram mal as ausências do Ministro da Cultura e do Presidente da Câmara da Praia. Para a organização, a parte cabo-verdiana falhou por "não ter feito aquilo que era da sua competência" na área da divulgação do festival, que se traduziu na falta de público.
Segundo Correia, o problema deverá ser debatido na reunião das tutelas do cinema da CPLP, a acontecer este fim-de-semana, na Praia. Em causa, adiantou Luís Correia, poderá estar a opção inicial de fixar a sede do festival em Cabo Verde, ao mesmo tempo que se poderá repensar o modelo. Fica no ar a possibilidade de Cabo Verde perder este Festival, caso se provar que há de facto um desinteresse da parte cabo-verdiana.
Filinto Elísio Silva, assessor do ministro da Cultura de Cabo Verde e elemento de ligação ao Imargens, reconheceu que o governo "poderia ter feito mais". Como justificação para a reconhecida falha, Elísio Silva avança com o desgaste "em termos materiais" a que o MC esteve sujeito, devido à escassez de recursos, com a organização do XXX Aniversário da Independência que decorreu ao longo de 2005.
A Produtora LX-Filmes, o Instituto de Cinema, Audiovisual e Multimédia de Portugal, o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, o Instituto Camões e a RTP são as parceiras portuguesas neste certame. Portugal é o único financiador do Imargens.

2 Comments:
Que vergonha! Uma oportunidade de ouro desperdiçada por pura preguiça. Preguiça dos parceiros cabo-verdianos e preguiça do público.É triste.
Parabéns Matilde, o teu artigo está excelente.
Aham...O cometário era para o post anterior sobre o Imargens. My bed.
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